Definitivamente (Y)

Acabou. Como uma estação do ano, passou. Você foi meu verão, irradiou meu coração e me fez bem. Quis também ser a primavera, permitiu desabrochar doces palavras de amor, delicadas como as pétalas de uma rosa. E então chegou o outono, como um aviso que tudo ia acabar, vi alguns dos meus sonhos secarem, enfraquecerem, outros caírem aos poucos das árvores, um por um, e sim... você era um deles. E por mais que eu tentasse lhe regar com todo meu amor, um forte vento te levou pra longe, onde minhas mãos já não podiam alcança-la.

Brisas frias, o cinza das nuvens no céu, a melancolia, a primeira estação sem você, e mesmo assim a que você mais estava presente. Presente nas minhas músicas que traduziam a falta que você fazia, presente lá dentro, do peito. E mesmo encontrando bons lugares pra me proteger desse frio que você me causou e me preparar para o próximo verão, insisti e quis me aquecer com o que restava do meu amor, acabei me sufocando.

Não queria mais respirar um ar que não me convinha. Nenhuma flor exalava um amor como o seu, talvez nem tenha me importado em tocá-las, em senti-las.

Eis que o tempo me levou a querer ver de novo o Sol. Meu novo verão chegou, e ganhei uma semente muito especial, que está sendo plantada, e espero que dê bons frutos. Você ficou, ficou no passado, um fruto estragado de primavera, secando e morrendo no outono e sendo coberto pela neve do meu inverno de onde não deverá sair. Definitivamente.