Acompanhe também a nova parte do blog, que terá um tema só: Música!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Só mais um desabafo

Uma das melhores sensações é ver algo novo substituindo o que era velho de um jeito magistral. É ver o que antes era um empecilho, um obstáculo, uma pendência na sua vida ser superado por um total acaso do destino.
Insistir em se prender ao que deixou de ser seu há muito tempo, se dedicar por quem não mais retribui da mesma forma, são atitudes que devagar vão acabando com as coisas boas que você guarda dentro de si e pior, te deixa cego perante os bons ventos que sopram no seu presente. Eu acho que já sabia disso, e mesmo assim não fiz nada para evitar que acontecesse. Foi como uma bola de neve, cargas de sentimentos estranhos se acumulando até eu não ser mais capaz suportar e lidar com o peso delas.
As tentativas de reaver esse meu descaso comigo mesmo foram em vão. Passei a ser como um náufrago de estima à espera de socorro, não mais vivendo e sim sobrevivendo da forma que fosse possível.
Pois então, sem querer e sem pedir permissão, o novo vem surgindo sobre mim como quem não quer nada, me faz pensar em deixar as coisas passadas lá pra trás, onde realmente deveriam estar e entrar de cabeça num amanhã prometido. E também anda me atolando de conversas leves, de risos soltos, de esperanças bobas de que as coisas estão para mudar. Eu não tenho certeza se devo confiar, dar atenção a algo tão recente, incerto e inseguro.
Pronto. Escrevi, tirei de mim o que me tomava a mente, e agora de alma limpa vou tentar me inspirar a agir certo dessa vez...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Bu!

Pois é, apareci por aqui de novo só pra falar que escrevi algo no NPL 2, é só clicar aí embaixo pra ler. Adiós.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Marinheiro de primeira viagem


Embarque

Depois de alguns meses e várias tentativas em vão de conseguir um emprego, recebo uma ligação de um bom amigo. Bom amigo que tem um bom irmão, que também é um bom amigo. Bons amigos que através de muito esforço estavam expandindo seus negócios e decidiram me ofertar a tão esperada chance de aprender uma profissão, de trabalhar.
Se era o que eu procurava não haveria então, motivos pra uma recusa. Se para buscar meu sonho de ser músico eu precisava de dinheiro, aí estava uma grande oportunidade. E minha resposta foi um "sim", acompanhado de expectativas e medos.
A felicidade de ter meu salário, de aprender entre amigos, foi ofuscada em alguns momentos pelo gosto mal sentido do comecinho das férias, que já se despediriam de mim. A princípio achei todo esse drama a maior bobagem, qual era a minha afinal? Perderia apenas os dias e as tardes comendo besteiras do armário e da geladeira, assistindo minhas séries preferidas, tendo todo o tempo do mundo pra compor... Ganharia depois, meu merecido salário. E o investiria nas minhas gravações.
Tudo daria certo.


Tempestade

O primeiro dia de trabalho havia chegado. Acordara eu, com tempo de sobra para ouvir um dos meus CDs preferidos enquanto vestia a roupa e tomava o meu café da manhã. Entrei no carro, e quando menos percebi já estava de frente ao serviço.
Abri o portão e entrei meio assim, desconfiado. Olhei pra um, pra outro, acenei com a cabeça, pensei, coloquei a mochila no canto, puxei uma cadeira e sentei ao lado do meu outro amigo, recém contratado, que iria me instruir até que eu estivesse apto a cumprir minhas funções sozinho.
O tempo correu rápido, as pessoas lá de dentro estavam atarefadas demais, o trabalho era enorme e mal dividido e logo o nervosismo tomou conta do lugar, das palavras, das pessoas. No meio disso tudo eu tentava entender, não sei bem o quê, mas tentava. Que confusão, que correria e que calor irritante, não queria entender mais nada, eu queria era sair de lá.


Bonança

A fome chegou e pouco tempo depois o almoço também. Todos os empregados sentaram-se à mesa para apreciar a gostosa comida feita pela cozinheira pequenininha que ainda não sei o nome, mas vou descobrir depois.
Descansamos, voltamos para nossos computadores e pregões e editais e licitações e notas e... Já falei o quanto aquele lugar estava quente? Um pouco depois eu finalmente consegui fazer meia dúzia de coisas pra ajudar meu amigo que me instruía, porque até então eu estava me sentindo um peso de papel inútil.
No meio da tarde fomos convocados para uma reunião. Tudo se foi falado, sugerido, reclamado, explicado, dividido. Todos saíram de lá cheios de novas obrigações, mas com um ar um pouco mais feliz. Em breve chegarão novas mesas e computadores, ar condicionado... Calor nunca mais.
Enquanto isso, espero aprender logo os meus deveres, não fazer nenhuma besteira e sobreviver da melhor forma que puder. Os meus sonhos dependem do meu esforço e estou dando os primeiros passos para realizá-los. Vamos ver até onde eu vou conseguir chegar.